A importância da geração Z no desenvolvimento empresarial
Os jovens podem desempenhar um papel fulcral no desenvolvimento de uma empresa nomeadamente a nível das tecnologias de informação, bem como na criação e renovação de conceitos. Devido às suas caraterísticas, os jovens estão mais recetivos à mudança, a dar ideias para que esta possa ser colocada em prática, ou seja, tradicionalmente apresentam um espírito proactivo e empreendedor. Contudo, a aposta nos jovens não constituí uma aposta efetiva das organizações, preferindo estas contratar com base na experiência e não no potencial.
Diariamente assistimos ao surgimento de uma nova tecnologia, ou mesmo à construção de novas ferramentas. Novas tecnologias e métodos de produção são criados com a finalidade de melhorar o processo produtivo das empresas para que não fiquem atrasadas relativamente à globalização do mercado. Contudo, este é um processo de difícil execução, o qual exige pessoas capacitadas para impulsionarem o seu desenvolvimento.
A modernização não tem por base apenas a compra de novas tecnologias e o uso superficial das mesmas. Uma parte fundamental deste processo assenta na contratação de colaboradores que consigam acompanhar a evolução tecnológica e que apresentem um pensamento progressista. Derivada desta demanda, surge a necessidade de inserção dos jovens nas empresas, de modo a possibilitarem a mudança de visão das mesmas. A sua preparação decorrente da formação académica para acompanhar as novidades que o mundo tem para oferecer, torna os jovens um elemento importante no meio empresarial, necessitando estes apenas que lhes concedam oportunidades e experiências para desenvolverem a sua capacidade de inovação. Esta geração mais tecnológica que está a revolucionar o mercado de trabalho é comummente conhecida como geração Z.
O que é a geração Z?
O conceito de geração Z é a definição sociológica para pessoas nascidas entre 1995 e 2010. Um dos traços distintivos desta geração prende-se com a sua facilidade em antecipar e simplificar vários aspetos, caraterística esta cada vez mais valorizada no mundo empresarial. Outro aspeto a salientar é o seu domínio perfeito das novas tecnologias, pois as inovações já fazem parte da sua evolução natural, sendo difícil vermos um jovem que não tenha consigo nenhum aparelho eletrónico em todos os momentos do seu quotidiano.
Caraterísticas da geração Z
A geração Z constituiu a primeira geração com total acesso às novas tecnologias. Para compreendermos melhor este impacto no seu comportamento, vamos conhecer algumas caraterísticas evidenciadas por estes jovens:
• Pragmatismo: os jovens da geração Z são tradicionalmente mais realistas e práticos, procurando o seu enriquecimento pessoal, sem nunca descurarem o campo emocional, ou seja, as suas ações têm por base um pensamento lógico e responsável.
• Indefinidos: esta geração representa a fragmentação da necessidade de estabelecer rótulos, contestando vigorosamente todos os estereótipos. Para estes as definições de género, idade ou classe social são completamente irrelevantes, procedendo à exaltação da individualidade e à compreensão da diferença.
• Comunicativos: a geração Z, pelo facto de não enfrentar barreiras ao diálogo, é mais propícia à construção de relacionamentos e consequente manutenção dos mesmos.
Como é a geração Z no mercado de trabalho?
A geração Z relaciona-se de forma diferente com o mercado de trabalho em comparação com as gerações anteriores, muito por força de serem uma geração que nasceu e foi criada com as novas tecnologias. Estas tecnologias possibilitaram-lhes adquirir caraterísticas como uma velocidade de pensamento mais rápida e a capacidade de multitarefa. Alguns traços do comportamento da geração Z no mercado de trabalho são:
• Mais digitais: o domínio evidenciado pela geração Z das novas tecnologias permite-lhes uma melhor adaptação às diferentes plataformas e ferramentas de trabalho.
• Proactivos: os jovens desta geração tomam a iniciativa, oferecendo-se para participar em projetos, mesmo que não lhes tenha sido transmitida essa ordem. Conseguem também concluir um trabalho de forma muito mais rápida e eficaz e transitar para outra tarefa por conta própria.
• Criativos: a geração Z apresenta um caráter criativo particular, permitindo a implementação de formas de otimizar tarefas integrantes do processo produtivo, e assim torná-lo mais proficiente para atingir melhores resultados.
• Empreendedorismo: a capacidade de inovação e criatividade dos jovens, faz com que estes tenham a necessidade de criarem um negócio de modo a conseguirem construir as suas próprias condições de trabalho, sem estarem dependentes de ninguém.
• Capacidade de realizarem várias tarefas em simultâneo: a convivência constante com os meios tecnológicos contribuiu para que os jovens adquirissem o hábito de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, o que possibilitou que estes se tornassem mais ágeis e produtivos. Fruto das mudanças constantes do mercado, esta caraterística apresenta um valor inestimável para o processo produtivo, pois cada vez mais é necessário estar atento a todos os detalhes, para produzir produtos de qualidade.
No contexto empresarial, os jovens devem ser vistos como sementes que devem ser injetadas no meio organizacional. Estes novos profissionais apresentam na combinação de conhecimento teórico com motivação, parte das caraterísticas que os difere dos demais profissionais presentes no mercado.
Qualidades valorizadas por uma empresa decorrentes da contratação de jovens:
• Grau elevado de conhecimentos académicos;
• Criatividade;
• Menor aversão ao risco, tendo maior facilidade em apostar em ideias cuja conceção é pouco provável;
• Maior capacidade para a inovação, devido ao domínio das novas tecnologias.
Todavia, as empresas necessitam que novas gerações apresentem um equilíbrio entre o talento e a inteligência emocional, algo que em idades mais jovens não é tão visível, fruto de alguma imaturidade. O equilíbrio entre o talento e a inteligência emocional constituí um requisito primordial no contexto atual de mercado, fortemente demarcado por desafios constantes, metas complexas e a necessidade de tomar decisões com assertividade e de forma mais imediata.
A contratação de um jovem por parte de uma empresa não deve ser vista apenas como uma redução de custos, devido aos salários oferecidos serem menores, mas sim como um investimento em potencial e qualidade. Os jovens que iniciam a sua caminhada profissional apesar dos benefícios que representam para a empresa, necessitam de orientação profissional para se desenvolverem a nível emocional. A ação de orientação profissional representa um elemento que a grande maioria das entidades organizacionais não está disposta a realizar, preferindo sempre a contratação de um profissional que já tenha experiência no desempenho da atividade produtiva.
A questão relacionada com a imaturidade evidenciada por alguns jovens relativamente à integração no ambiente empresarial, pode ser atenuada através do investimento das empresas em programas de treino para jovens vocacionados para o autoconhecimento e para o desenvolvimento da inteligência emocional. Quando os jovens melhoram o seu autoconhecimento e conseguem definir com clareza os objetivos para a sua carreira profissional, verifica-se um alinhamento natural com os objetivos da empresa para a qual trabalham, albergando assim benefícios para as duas partes.
Apesar de ser preponderante a inclusão de jovens nas empresas devido às suas caraterísticas particulares, a estratégia principal deve passar pela formação de equipas com elementos de diferentes faixas etárias, de modo a garantir um ambiente de ideias e atitudes modernas, conjugando o poder da experiência com o impulso inovador. A integração de jovens também possibilita um rejuvenescimento do tecido empresarial, o qual se encontra um pouco envelhecido no nosso país, ao mesmo tempo que permite uma melhor preparação dos jovens para quando conquistarem a oportunidade de integrar um cargo mais elevado em termos de gestão.
O investimento na inclusão de jovens no tecido produtivo, apresenta benefícios não só em termos sociais, como também em termos de inovação produtiva, sendo que este investimento não se resume apenas ao presente, pois as suas repercussões irão perdurar no tempo. Os jovens são mais propícios à inovação, logo podem de uma forma mais concreta ajudar uma empresa no âmbito da inovação produtiva, um detalhe que contribui de forma preponderante para a supremacia perante os demais concorrentes relativamente ao mercado.
O papel dos jovens na gestão das empresas pode ter uma importância fundamental para o seu crescimento e desenvolvimento, devido às caraterísticas únicas que apresentam, fruto da sua inclusão na geração Z. Contudo, a mentalidade de contratar jovens ainda não está consolidada no mundo empresarial, sendo preferível contratar de forma segura tendo por base a qualidade imediata do que o potencial futuro. Para existir uma evolução nas empresas e em termos de sociedade, é necessário que exista uma maior aposta dos jovens, pois estes são o futuro do mundo dos negócios.