Governo quer instalar 80% dos novos agricultores no interior
Ministra da Agricultura apresentou esta sexta-feira, em Santarém, a estratégia do setor para a próxima década. Haverá incentivos para os novos agricultores se instalarem em territórios de baixa densidade e apoios à produção sustentável.
Entregar a agricultura à próxima geração sem deixar ninguém para trás é o mote da estratégia que vai orientar o setor agrícola na próxima década. A Agenda da Inovação Estratégia para a Agricultura 20-30 foi apresentada esta sexta-feira em Santarém pela ministra Maria do Céu Antunes, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Agricultura de Espanha, Luís Planas.
O Governo identificou cinco intenções estratégicas, para as quais estabeleceu cinco grandes metas a alcançar nos próximos dez anos. A agenda vai centrar-se nos pilares da Inovação, Saúde, Rendimento, Inclusão e Futuro.
No capítulo da Inclusão, o objetivo é garantir que, até 2030, pelo menos 80% dos novos agricultores se instalem em territórios de baixa densidade. Para isso, haverá incentivos. Que também deverão chegar ao pilar do Futuro. Aqui, a meta passa por estender regimes de produção sustentável reconhecidos a, pelo menos, metade da área agrícola nacional.
A Agenda para a década propõe-se ainda a aumentar em 15% o valor da produção agroalimentar, bem como a incrementar em 60% o investimento em Investigação e Desenvolvimento. Por fim, no capítulo da Saúde, o foco passa por aumentar em 20% o nível de adesão dos portugueses à dieta mediterrânica.
As cinco metas vão decompor-se em 15 iniciativas emblemáticas, explicitou a ministra da Agricultura. No que diz respeito aos produtores, estão previstas quatro medidas. Uma delas é a aposta na Agricultura 4.0, que implica desenvolver a agricultura de precisão. As outras iniciativas passam pela promoção de produtos portugueses no mercado externo, o incremento das organizações de produtores e a transição agro energética. Todas as linhas de ação refletem as preocupações que nos foram manifestadas pelos produtores, realça a ministra.
Das 15 iniciativas faz ainda parte a criação de uma Rede de Inovação, tal como o Negócios adianta na edição desta sexta-feira, da qual farão parte 24 centros de estudos e estações experimentais, que serão equipados com tecnologia de ponta e trabalhadores qualificados. A meta é criar uma rede que terá como objetivo a modernização da agricultura nacional.
O ministério está ainda a desenvolver, em conjunto com a Presidência do Conselho de Ministros, uma aplicação que irá monitorizar em contínuo a implementação da Agenda. De acordo com Maria do Céu Antunes, a estratégia não é estática e poderá ser adaptada ou ajustada em função dos recursos disponíveis e de situações que possam acontecer, como foi o caso da pandemia, que obrigou a rever alguns objetivos.
Também por isso, realça a governante, não são adiantados, para já, os valores do investimento associados à implementação da estratégia, que será financiada tanto pelos fundos europeus como pelo Orçamento do Estado e pela iniciativa privada.
In Jornal de Negócios