Portugal 2020: 7 erros que invalidam a sua candidatura
Ninguém gosta de saber que o projeto a que se propôs foi inviabilizado por questões que teriam sido fáceis de solucionar. Conheça abaixo as principais razões do insucesso das propostas ao Portugal 2020.
A visão de apoios financeiros auxiliarem o seu projeto empresarial podem induzi-lo numa resposta impulsiva que descura aspetos e parâmetros fundamentais para a elaboração de uma candidatura à prova de erros. É importante que o processo seja totalmente cumprido em todas as suas dimensões, e por isso aconselhamos o recurso a um consultor START-PME.
1. Estratégia mal definida ou desadequada
Em primeiro lugar, é crucial conhecer o seu projeto. De trás para a frente. O seu projeto tem previsões realistas? Qual é o público? É passível de ser exportado? Quais as principais datas para quais objetivos? Com que investimentos? O Portugal 2020 financia projetos durante períodos de 24 meses, e a estratégia deve conter todas as informações reais e necessárias à manutenção e crescimento da empresa durante esse período de forma estável.
O antigo QREN chegou a ser alvo de crítica pela facilidade de aprovação de propostas, o que estimulava a que os potenciais beneficiários elaborassem candidaturas e propostas sem grande fundamento efetivo face ao mercado. Infelizmente, este ainda é o caso com algumas empresas portuguesas, que simplesmente não possuem uma estratégia devidamente estruturada. Por outro lado, é importante ter claro que a maior parte dos fundos do Portugal 2020 são de foro reembolsável, o que reforça a necessidade de identificar com rigor as formas como os mesmos vão potenciar crescimento, rentabilizar o seu projeto, e devolver o apoio que lhe foi atribuído.
2. Concorrer aos fundos errados
São 16 os programas operacionais dentro do Portugal 2020. Ou seja, mais uma vez conhecer o projeto com rigor é de extrema relevância. Uma vez que o seja dominado, será fácil enquadrá-lo no programa de incentivos certo, em conformidade com as necessidades de investimento, região, objetivos e/ou setor em que se enquadre.
3. Não cumprir os prazos de cada programa
As particularidades dos processos de submissão de candidaturas tornam este procedimento complexo e demorado. Ao deixar a candidatura para o fim do prazo, aproxima-se do risco de não ter tempo para tornar a sua candidatura robusta com informação pertinente, adicionar secções que tenham sido omitidas no primeiro momento ou mesmo para contornar falhas técnica no sistema digital. Lembre-se que em caso de empate com outra candidatura, é a primeira que que ganha o apoio.
4. Excesso de otimismo nas previsões
No Portugal 2020, a maior parte dos apoios atribuídos são reembolsáveis, ou seja, terá de devolvê-los no futuro. No entanto, é de destacar a possibilidade de, caso cumpra mais do que 140% dos objetivos estipulados na sua proposta, poderem ser-lhe atribuídos 45% dos apoios a fundo perdido. As métricas usadas dependerão, mais uma vez do programa em concreto, por exemplo, poderemos estar a falar de pessoal contratado, vendas, etc. Mais uma vez se sublinha a importância de um plano devidamente estruturado que considere todos estes cenários logo à partida.
5. Inexistência do estatuto de PME
A maior parte dos fundos estruturais aplica-se apenas a micro, pequenas e médias empresas, obedecendo aos critérios correspondentes ditados a nível europeu. Essa caracterização é feita especialmente com base em dois vetores: (1) o número de funcionários efetivos e (2) o volume de negócios. Em Portugal, onde 99% das empresas se enquadram nesses perfis, é o IAPMEI a entidade responsável pela certificação desse estatuto, num processo inteiramente digital e necessário nos concursos europeus.
6. Não simular a candidatura
Como vimos, quando a submissão é demasiado aproximada do prazo final, é inviabilizada a hipótese de corrigir omissões ou colmatar baixas no sistema. Uma submissão atempada permite levar a cabo a simulação da candidatura revendo todos os pontos e também os critérios a cumprir. Além disso, é possível simular o resultado, somando os pontos de cada um dos critérios a serem revistos, alcançando uma melhor percepção da robustez da proposta.
7. Falta de conhecimento especializado
Sendo o fruto do seu trabalho, pode ser complicado confiar o seu projeto a outrem. Mas, de facto, a ajuda de profissionais especializados e com experiência só o aproximam da sua concretização. Isto porque, dada a complexidade adjacente a cada proposta, é fundamental adaptar a própria linguagem, enquadramentos e objetivos aos argumentos que são habituais na revisão das candidaturas.
Estes são alguns dos erros mais comuns no âmbito da candidatura a fundos europeus dentro do programa Portugal 2020 e, quando cometidos, podem, no melhor dos casos, atrasar a sua candidatura, e no pior, vê-la reprovada. Não corra esse risco e contacte ajuda especializada.
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