Banco de Portugal pede urgência na aplicação dos fundos do PRR
O Banco de Portugal assinala a perda acumulada em termos de troca da economia e pede uma aceleração do investimento associado à bazuca europeia.
Mário Centeno, Presidente do Banco de Portugal, defende que a forma de contornar as dificuldades que as empresas atravessam passa pela execução rápida e eficaz dos fundos do PRR. “A perda acumulada de termos de troca da economia portuguesa em 2021 e 2022 não tem precedente desde a adoção do euro. É urgente a utilização efetiva e eficaz dos fundos do PRR e acelerar a prossecução das reformas no seu âmbito”, afirmou.
Banco de Portugal defende que perda de rendimentos deve ser partilhada por todos os agentes sociais e económicos
O Banco de Portugal salienta que a perda de rendimento real da economia deve ser partilhada por todos os agentes. "A política orçamental deverá atender ao facto de os choques sobre os preços não afetarem da mesma forma todas as famílias ou empresas/setores de atividade e as medidas temporárias e específicas para amortecer o seu impacto sobre os segmentos mais vulneráveis poderão ser necessárias, em particular numa inversão do ciclo económico”, de acordo com o boletim do Banco de Portugal.
Medidas aplicadas a empresas de acordo com as politicas europeias
Esta posição do Banco de Portugal vai ao encontro da opinião de que quaisquer medidas aplicadas às empresas devem ser colocadas em prática em coordenação com as políticas europeias. “Os mecanismos de indexação à inflação devem ser reavaliados, tendo em conta a importância de ancorar as expectativas dos agentes no objetivo de médio prazo do Banco Central Europeu”, referiu.
Impacto das medidas de apoio às empresas pode ascender a 1,5% do PIB
Em relação ao pacote de medidas de apoio às empresas recentemente lançado pelo governo português para mitigar o impacto da crise energética e da inflação, o Banco Portugal diz que “estima-se que este pacote, em conjunto com as medidas anteriormente tomadas, ascenda a 1,5% do PIB – uma dimensão semelhante ao de outras economias da área do euro - anulam quase na totalidade o impacto da redução dos apoios associados ao choque pandémico, o que não se verifica noutras economias.”
Andreia Arenga