O Plano de Recuperação e Resiliência apresenta para a área da Cultura uma dotação global de 243 milhões de euros, sendo que 150 milhões de euros se destinam ao Património Cultural e 93 milhões de euros às Redes Culturais e Transição Digital.

Segundo o cronograma anunciado no passado dia 15 de dezembro, a maioria das medidas de modernização tecnológica e de transição digital na Cultura, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência só serão concretizadas a partir do final de 2024.

Relativamente aos 93 milhões de euros destinados às Redes Culturais e Transição Digital, a gestão do investimento estará a cargo do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliações Culturais, o qual terá uma repartição de verbas diferenciada entre 2022 e 2025. A distribuição deste montante pela duração do plano realiza-se da seguinte forma: em 2022, será de 15,3 milhões de euros; em 2023, serão 42,9 milhões de euros; em 2024, serão 24,6 milhões de euros e, finalmente em 2025, a verba disponível será de 9,7 milhões de euros.

Apesar da maior verba financeira ser em 2023, o cronograma relativo à aplicação das verbas especifica que a maioria das medidas apenas será concretizada a partir do quarto trimestre de 2024.

No quarto trimestre de 2022, está prevista a modernização tecnológica do Arquivo Nacional da Imagem em Movimento, bem como, a criação da plataforma de empréstimo de livros eletrónicos de cerca de 300 bibliotecas públicas. Já, para o terceiro trimestre de 2023 foi remetido o apoio à tradução da obra “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, nas línguas oficiais da União Europeia.

A partir do quarto trimestre de 2024 está planeada a aquisição de equipamentos informáticos, bibliotecas itinerantes online e sistemas de informação e catálogos integrados em 239 bibliotecas públicas, assim como, a cobertura de wifi em 50 monumentos e palácios e a modernização da tecnologia dos laboratórios de conservação e restauro.

Ainda no final de 2024 será concretizada a instalação do Arquivo Nacional do Som, em Mafra.

No final do ano de 2025, terá lugar a entrega de infraestruturas tecnológicas modernizadas para a rede de equipamentos culturais, a digitalização de 20 milhões de imagens dos espólios das bibliotecas públicas, da Biblioteca Nacional e da Biblioteca Pública de Évora, bem como, a digitalização de mil filmes portugueses da Cinemateca.

Em 2025, realizar-se-á o apoio à tradução de obras literárias, o apoio à edição de audiobooks e ebooks, o apoio à transição digital das livrarias, a digitalização e virtualização de coleções públicas e o apoio financeiro à tradução e edição de obras literárias.

Patrícia Neves