A Comissão Europeia comunicou que está a dialogar com as autoridades nacionais e regionais portuguesas sobre a inclusão de apoios no quadro da Política Agrícola Comum, com o objetivo de fazer face à seca que está a atingir a Península Ibérica. Para fazer face a esta situação, a Comissão Europeia relembra que existe a possibilidade de utilização do Fundo de Solidariedade da União Europeia por parte de Portugal e Espanha.

A comissária Helena Dali destacou não só a preocupação com a grave situação de seca instalada na Península Ibérica, como também, a importância de acelerar a transição para sistemas sustentáveis e resilientes, de modo a promover a neutralidade climática. Helena Dali apelou ainda às autoridades nacionais para a implementação de práticas de gestão da água sustentáveis e resistentes ao clima, procedendo a uma gestão mais criteriosa dos recursos hídricos.

Cooperação entre Portugal e Espanha na gestão das bacias hidrográficas
Apesar de não ser uma solução a longo prazo, a mesma contribuí para atenuar as consequências do período de seca no presente, permitindo a sustentabilidade das explorações agrícolas. O reforço da cooperação entre Portugal e Espanha, referente à gestão das bacias hidrográficas comuns, representa um elemento importante no combate a este fenómeno climático extremo que é a seca.

Agravamento da situação de seca meteorológica em Portugal
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no mês de janeiro verificou-se um agravamento significativo da situação de seca meteorológica, sendo percetível um aumento da área e da intensidade da mesma. No final do mês de janeiro todo o território nacional deparava-se com a seca, sendo que 1% encontrava-se em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema.

Janeiro é o 6º mês mais seco desde 1931
Em concordância com os dados fornecidos pelo IPMA, relativamente à precipitação, o mês de janeiro de 2022 foi o 6º mais seco desde 1931 e o 2º mais seco desde 2000. O país depara-se assim com uma situação de seca sem precedentes, sendo por isso fundamental a adoção de medidas e políticas que possibilitem a mitigação das consequências inerentes a este fenómeno climático.

Patrícia Neves